segunda-feira, 23 de abril de 2018

« Aquele que lê muito e anda muito, vê muito e sabe muito.»
Miguel de Cervantes

Dia Mundial do Livro...Dia propício a relembrar o GENIAL « GRUPO dos Cinco »

Um grupo celebre. Eça de Queiroz, Oliveira Martins, Anthero do Quental, Ramalho Ortigão, Guerra Junqueiro
Grav., Ch. Baude
In A Ilustração, Paris 1885, vol. 2, p. 273
BN J. 1505 M.

« Eu também recebo a Ilustração; e ao ver aquela gravura vaga, percebi que a pessoa do centro era Santo Antero - mas imaginei que os outros, ao lado, eram amigos particulares do gravador, a que ele pusera por baixo os nossos nomes, os nomes dos sábios... »
Carta a Emília de Castro, 18 Out. 1885 Eça de Queiroz,grupo dos 5

"A história é sobretudo uma lição moral; eis a conclusão que, a nosso ver, sai de todos os eminentes progressos ultimamente realizados no foro das ciências sociais. A realidade é a melhor mestra dos costumes, a crítica a melhor bússola da inteligência:por isso a história exige sobretudo observação directa das fontes primordiais, pintura verdadeira dos sentimentos, descrição fiel dos acontecimentos, e, ao lado disto, a frieza impassível do crítico, para coordenar, comparar, de um modo impessoal ou objectivo, o sistema dos sentimentos geradores dos actos positivos." Oliveira Martins

 "O modo mais eficaz de seres útil à tua pátria é educares o teu filho."
in " As Farpas " , Ramalho Ortigão
Evolução
Fui rocha em tempo, e fui no mundo antigo 
tronco ou ramo na incógnita floresta... 

Onda, espumei, quebrando-me na aresta 
Do granito, antiquíssimo inimigo... 

Rugi, fera talvez, buscando abrigo 
Na caverna que ensombra urze e giesta; 
O, monstro primitivo, ergui a testa 
No limoso paúl, glauco pascigo... 

Hoje sou homem, e na sombra enorme 
Vejo, a meus pés, a escada multiforme, 
Que desce, em espirais, da imensidade... 

Interrogo o infinito e às vezes choro... 
Mas estendendo as mãos no vácuo, adoro 
E aspiro unicamente à liberdade. 

Antero de Quental, in "Sonetos"



Canção de Batalha
Que durmam, muito embora, os pálidos amantes, 
Que andaram contemplando a Lua branca e fria... 

Levantai-vos, heróis, e despertai, gigantes! 
Já canta pelo azul sereno a cotovia 
E já rasga o arado as terras fumegantes... 

Entra-nos pelo peito em borbotões joviais 
Este sangue de luz que a madrugada entorna! 
Poetas, que somos nós? Ferreiros d'arsenais; 
E bater, é bater com alma na bigorna 
As estrofes de bronze, as lanças e os punhais. 

Acendei a fornalha enorme — a Inspiração.
Dai-lhe lenha — A Verdade, a Justiça, o Direito — 
E harmonia e pureza, e febre, e indignação;
E p'ra que a labareda irrompa, abri o peito 
E atirai ao braseiro, ardendo, o coração! 

Há-de-nos devorar, talvez, o incêndio; embora! 
O poeta é como o Sol: o fogo que ele encerra 
É quem espalha a luz nessa amplidão sonora... 
Queimemo-nos a nós, iluminando a Terra! 
Somos lava, e a lava é quem produz a aurora! 

Guerra Junqueiro, in 'Poesias Dispersas'



« Curiosidade: instinto que leva alguns a olhar pelo buraco da fechadura, e outros a descobrir a América.»
Eça de Queiroz

quinta-feira, 19 de abril de 2018

Os jogos são como peças de teatro e os designers dramaturgos? – Opinião por Micael Sousa

Costumo dizer que depois de um jogo de tabuleiro bem jogado, especialmente aqueles com mais substância, há sempre uma história para contar. Isto pode ser mais forte nuns jogos que noutros, mas acontece quase sempre naqueles jogos modernos mais bem cotados e populares entre a comunidade de gamers. Acontece nos eurogamese jogos económicos também. Nem precisa de ser um jogo de storytelling para haver algo que falar no final. Quantos de nós, depois de estar umas duas horas a jogar, não gastámos mais meia hora a discutir o que se passou no jogo? Quais as estratégias que adotamos, como interferimos uns nos outros. Aquelas jogadas brilhantes e as outras que se revelaram péssimas, algumas mesmo ridículas. Nos jogos de negociação e onde podemos tentar manipular os adversários, gerar alianças e simplesmente passar dissimulados, entramos num role play que se aproxima de uma tentativa de experimentação de encenação, onde nós próprios somos os atores. Se o jogo for de role play e storytelling então a associação é direta. Visto de fora, quando analisado por terceiros, um jogo de tabuleiro, serve para analisar comportamentos dos atores sociais envolvidos.

Autor: Luci Gutiérrez Fonte da imagem: https://www.newyorker.com/magazine/2018/01/22/shakespeare-off-the-cuff

Estava então eu a ler o livro “Loving Eurogames: a quest for the Well played game” de Scott Erway e deparei-me com uma analogia semelhante à que referi anteriormente. Para o autor os jogos geram um entretenimento de cariz dramático. Numa associação à obra Poética de Aristóteles, sobre as razões que levavam os dramas e comédias do teatro grego a gerarem risos e lágrimas nas audiências, Scott Erway desenvolve a sua teoria. O segredo para os efeitos emocionais individuais e coletivos do teatro reside na estrutura dos atos. No primeiro ato as circunstâncias são introduzidas, o que poderá ser visto como as eventuais explicações necessárias das regras e o setup de um jogo. No segundo ato são realizadas as escolhas irreversíveis que vão construindo a dinâmica do jogo e contribuem para aumentar tenção, tal como a construção das bases para a estratégia que os jogadores pretendem implementar para atingir os objetivos. O jogo vai sendo mais intenso à medida que chega ao fim, tal como uma peça de teatro ou filme. Depois acontece o fim, o desenrolar da ação no terceiro ato, a surpresa, o culminar e definitivo da concretização do que vinha a ser construído até o ponto em que tudo fica decidido. Bem, aqui a descrição tanto dava para uma peça dramática/cómica como para um jogo. Nas últimas jogadas é feito o último confronto e esforço para completar os objetivos, ficando evidente se a competição ainda vale a pena ou se é inevitável o desenlace.

Então um autor de um jogo é como um dramaturgo que constrói os palcos de interação para uma história. As personagens numa peça e os cenários representam arquétipos. Nos jogos também se invocam esses arquétipos através dos componentes, que nos ativam a consciência e geram narrativas e meta-narrativas. Provavelmente isto irá envaidecer os designers de jogos, provavelmente justamente. Será um jogo de tabuleiro uma gamificação de uma peça dramática? Se for estamos perante mais uma das vantagens de jogar este tipo de jogos. Vamos a palco no tabuleiro? Mas nem todos os jogos conseguem gerar isto nos jogadores, nem todos os jogos são bons e nem todos os jogadores apreciam esta produção dramática.

Referências bibliográficas:
Erway, Scoot. Loving Eurogames: a quest for the well played game. Carnation: Griffin Creek Press, 2017.

in http://jogosnotabuleiro.blogspot.pt/2018/04/os-jogos-sao-como-pecas-de-teatro-e-os.html?m=0

Tela: Xadrez, Vieira da Silva
A criação poética sob múltiplos prismas, em Paredes de Coura.
https://www.realizarpoesia.com/

Imagem in https://www.google.pt/search?q=letras&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwjporGXmcbaAhVogaYKHQZWCiEQ_AUICigB&biw=1242&bih=557#imgdii=BKfxrt5p9ubchM:&imgrc=5AZthc6hLYNroM:

quarta-feira, 18 de abril de 2018

ANTERO de QUENTAL

[Ponta Delgada,18 de abril de 1842-11 de novembro de 1891]

Quando li os “Sonetos” de Antero numa velha edição da Universidade de Coimbra, com as folhas a descoserem-se e um papel de um cinzento amarelado nada apelativo, essa primeira impressão não me afastou da força que existe nesses versos. Ajudou-me a entendê-los o prefácio do seu grande amigo, Oliveira Martins, que de Antero disse que nele viviam o místico e o filósofo. Talvez por essa razão os colegas de Coimbra, onde estudou, lhe chamavam Santo Antero, atributo que era reforçado pelas longas barbas com que aparece na maior parte dos retratos.
Antero era um homem dos Açores ,e sentimos o apelo do mar no vento que perpassa nalguns poemas e no apelo da morte que o levará ,no regresso à ilha de S. Miguel, a um suicídio que ficou inexplicável para lá do aspeto simbólico de o ter feito num banco de jardim sob a palavra Esperança.
[…]
Homem amargo e compassivo, assim vejo Antero, o santo que se refugiou no deserto da sua crença para nos fazer acreditar na poesia como salvação da humanidade.


Nuno Júdice
(texto inédito,2016)

                                                             

 O Palácio da Ventura

Sonho que sou um cavaleiro andante.

Por desertos, por sóis, por noite escura,
Paladino do amor, busca anelante
O palácio encantado da Ventura!

Mas já desmaio, exausto e vacilante,
Quebrada a espada já, rota a armadura...
E eis que súbito o avisto, fulgurante
Na sua pompa e aérea formusura!

Com grandes golpes bato à porta e brado:
Eu sou o Vagabundo, o Deserdado...
Abri-vos, portas d'ouro, ante meus ais!

Abrem-se as portas d'ouro, com fragor...
Mas dentro encontro só, cheio de dor,
Silêncio e escuridão -- e nada mais!

Antero de Quental .

terça-feira, 17 de abril de 2018

"Palavra puxa palavra, uma ideia traz outra, e assim se faz um livro, um governo, ou uma revolução, alguns dizem mesmo que assim é que a natureza compôs as suas espécies."
Machado de Assis

segunda-feira, 16 de abril de 2018

https://www.dn.pt/artes/interior/os-grandes-romances-precisam-de-continuacao-9242121.html

segunda-feira, 26 de março de 2018


Ovo

Chega azul e morna a luz na primavera
o vento penetra secreto toda a aragem
inquieto fecunda de verde a quimera
que nos céus se funde em nova linguagem

o vento da primavera perfuma penetrante
os ninhos suspensos nos berços beirais
andorinhas ciosas tecem rodopiantes
seus segredos enredos cegos reais
as flores filhas de Ceres sensuais
abrem corolas ao sol em orgias bacantes

este ar de tão moço varre feiticeiro
os campos os jardins. E nos lares
as mulheres desnudas de corpo inteiro
oferecem os seios voluptuosos altares
os ventres dilatam em libidinoso apetite
até saciarem a concupiscência de Afrodite

e quando o vento também de amar sedento
ondeando sibilante corteja o azul do mar
e o mar lhe diz que boda azul é utopia
rodopiando em morno desalento o vento
assobia

neste remoçar que é fogo desde a origem
a cúpida natura se cumpre em vertigem
em ovo.

Maria Adelina Vieira, in um corpo um cosmos



Alguns ovos criados por Peter Carl Fabergé e sua empresa entre 1885 e 1917. Da sua coleção de "Ovos Fabergé", os mais famosos foram aqueles criados para os czares russos Alexandre III e Nichoalas II (não são os que estão na foto). A Casa de Fabergé fez por volta de 50 ovos imperiais, dos quais 43 sobrevivem até hoje. Outros 9, que não fazem parte dessa coleção, sobrevivem. Esses da fotografia são "mini ovos", com pouco mais de 1,59 x 0,95cm, e eram usados como pingentes. Todos os ovos eram lançados na Páscoa.

Todos são propriedade do VMFA - Virginia Museum of Fine Arts.


Feliz Quadra Pascal! :)

quinta-feira, 8 de março de 2018

terça-feira, 6 de março de 2018

"Um dia de chuva é tão belo como um dia de sol. 
Ambos existem; cada um como é."

Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos"

https://www.revistabula.com/790-toda-a-obra-poetica-de-fernando-pessoa-para-download/

segunda-feira, 5 de março de 2018

"O homem já nasce praticamente contando histórias. está inserido numa história que o antecede e com certeza irá sucede-lo" [Celso Sisto]

Para fazer download, clique aqui:https://goo.gl/be9XcI

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***A dança da vida***

"Às vezes perguntamos:
Porque tanta coisa acontece em nossas vidas?
Porque estamos andando, caminhando felizes...
E de repente levamos um tombo?
Tombo esse que às vezes nos trava,
Impossibilita por uns minutos ou horas,
A voltar a andar novamente?
É..... tem momentos que são extremamente difíceis!
Mas assim é a dança da vida!
Um dia rodando,
Noutro pulando, 
Às vezes correndo,
Às vezes valsando! 
Mas mesmo na hora da queda, temos que perceber,
Que faz parte da dança da vida!
No aprender dos passos às vezes caímos!
Mas não deixe que o tombo te faça parar!
A vida é bela!
A dança é linda!
E depois de vários tombos!
É que vem o equilíbrio,
É que vem a segurança!
Não deixe o tombo te fazer parar!!!
E faça sim do que poderia ser um horrível tombo, 
Apenas mais um passo da tua dança!
A dança da vida!!!!"



Cláudia Ferreira de Souza

Great and smart projet

https://www.theglobeandmail.com/news/toronto/creating-the-public-library-of-the-future/article2357543/

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018



"Ler
Ler é colher e recolher significâncias.
Lemos o livro e logo se animam representações mentais.
E nas representações mentais 
nos vemos e vemos os outros mortais.
E também vemos o mundo das coisas, o seu entorno, o seu adorno.
Lemos a partitura e extraímos melodias.
E das melodias compomos o hino, o salmo, a sinfonia.
O doce prazer de ouvir e repetir.
Lemos a paisagem e é um deleite.
E do deleite se faz a cor de muitas pinturas
e o pretexto para outras muitas leituras.
Lemos o bulício das feiras e das festas e desta animação tecemos um negócio, uma estrada, um rio, uma ilusão.
Lemos o luar, a lua, a madrugada.
E se canta ou não canta a cotovia.
Depois, desenhamos o tempo e partimos a ganhar o novo dia. Chova que não chova, faça frio ou calmaria.
Lemos o mar, quando azul ou quando encapelado.
E entramos ou paramos na safra de embarcado.
Lemos a flor, o prado verde, a floresta
e buscamos da terra o pão, o vinho,
a fresca água, o que nos presta.
Lemos, da mulher, o lábio
o seio túmido, o toque inquieto
e daí imaginamos o que imagina a mulher quando lê o forte braço,
a estatura, o gesto, a envergadura.
Lemos, olhos nos olhos, para adivinhar segredos.
E no chão dos segredos pensamos, dormimos e sonhamos.
E nos sonhos correm medos e enredos.
E por isso, quase sempre, calamos o que vemos olhos nos olhos.
Que é nos olhos, quando há candura,
que sempre se colhe a mais fiel leitura."

José Cândido Rodrigues
Fotos: Makerspace da ESCA , Trabalhos realizados em Oficina de Artes pelo 12º N


terça-feira, 27 de fevereiro de 2018




Pentateuco de Damasco

Descrição

O Pentateuco de Damasco, datado de por volta do ano 1000, é um dos mais antigos manuscritos bíblicos em hebraico ainda existentes. Ele inclui vocalização, acentuação e anotação massorética completas. O manuscrito apresenta defeitos no seu início, já que começa em Gênesis 9:26; também faltam Exôdus 18:1–23. Escrito em pergaminho, em escrita quadrada oriental, o texto está disposto em três colunas por página, com 20 linhas por coluna. O manuscrito pertenceu à comunidade judaica de Damasco (daí vem seu nome) até 1915, quando foi adquirido pelo colecionador e bibliófilo D.S. Sassoon. Em 1975, ele foi adquirido pela Biblioteca Nacional e Universitária Judaica (que mais tarde se tornaria a Biblioteca Nacional de Israel). Pentateuco é o termo para os cinco primeiros livros da Bíblia Hebraica: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. As anotações Massorá são uma coleção de notas críticas, compiladas entre os séculos VII e X por escribas e estudiosos judeus conhecidos como massoretas, e aceitas como reguladores autorizados tanto da transmissão escrita quanto oral da Bíblia Hebraica.

https://www.wdl.org/pt/item/11364/

Viajar no tempo pela Síria sem massacres...

http://drieverywhere.net/2011/03/25/a-damasco-biblica/

https://www.lds.org/media-library/video/2014-01-013-the-road-to-damascus?lang=por

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018


Neste episódio do programa "Voz" escutamos o poema de David Mourão-Ferreira dito pela atriz Beatriz Batarda. Um encontro com a poesia para ver, ouvir e ler aqui. 

“E por vezes”
E por vezes as noites duram meses
E por vezes os meses oceanos
E por vezes os braços que apertamos
nunca mais são os mesmos  E por vezes
encontramos de nós em poucos meses
o que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes
ao tomarmos o gosto aos oceanos
só o sarro das noites   não dos meses
lá no fundo dos copos encontramos
E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes por vezes ah por vezes
num segundo se evolam tantos anos
David Mourão-Ferreira

http://ensina.rtp.pt/artigo/e-por-vezes-de-david-mourao-ferreira/





O Correntes d'Escritas, o festival literário da Póvoa de Varzim, surgiu em 2000. É dedicado à literatura de expressão portuguesa e espanhola.

http://observador.pt/2018/01/31/o-correntes-descritas-e-um-palco-para-a-lingua-portuguesa/
Para não duvidar, melhor consultar. :)

https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/imperfeito-e-condicional-de-cortesia/25731
Interessante sem dúvida...

Helena Maria Gonçalves e Virgínia do Carmo convidam para a inauguração do Epycentro - Centro de Arte e Educação, e do Espaço Poética, a decorrer no dia 3 de março de 2018, a partir das 15h00, na Praça Araújo Carandá, 38, em Braga. 
A sessão constará de um happening poético com a participação de Helena Maria Gonçalves e Tania Vilas Boas, e de um momento musical com o poeta e compositor Pedro Branco. 


https://www.facebook.com/events/213482899213475/

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

Novo ano chinês festejado na Escola Secundária Carlos Amarante!

                                                           Fruindo a frescura

Árvores majestosas, mais de dez mil troncos,
águas límpldas correndo entre a névoa.
Diante de mim, o estuário do grande rio,
espaços imensos pincelados pelo vento.
Cadenciadamente, as ondas humedecendo a areia branca,
carpas douradas como nadando no ar.
Sentado num enorme rochedo, deixo
os borrifos das ondas salpicar meu humilde corpo
e asssim limpo a boca, lavo os pés.
Aqui ao lado, um velho, pescando.
Quantos os quw, sem glória, mordem, ávidod de engodo,
desejando quedar-se a " leste das folhas de lótus? "

Uma velha canção popular fala de um peixe nadando alegremente a " leste das folhas de lótus" e aí, na cobiça das coisas do mundo, morde o anzol que o vai pescar.

In Poemas de Wang Wei, Instituto Cultural de Macau



quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018



“Os livros não mudam o mundo, quem muda o mundo são as pessoas. Os livros só mudam as pessoas.” 
Mário Quintana
Foto: Arquivo Municipal de Ponte de Lima

Para os amantes do livro que inovação fantástica :) 

terça-feira, 6 de fevereiro de 2018



A LEITORA 

 A leitora abre o espaço num sopro subtil. 
 Lê na violência e no espanto da brancura. 
 Principia apaixonada, de surpresa em surpresa. 
 Ilumina e inunda e dissemina de arco em arco. 
 Ela fala com as pedras do livro, com as sílabas da sombra. 

 Ela adere à matéria porosa, à madeira do vento. 
 Desce pelos bosques como uma menina descalça. 
 Aproxima-se das praias onde o corpo se eleva 
 em chama de água. Na imaculada superfície 
 ou na espessura latejante, despe-se das formas, 

 branca no ar. É um torvelinho harmonioso, 
 um pássaro suspenso. A terra ergue-se inteira 
 na sede obscura de palavras verticais. 
 A água move-se até ao seu princípio puro. 
 O poema é um arbusto que não cessa de tremer.

ANTÓNIO RAMOS ROSA, in VOLANTE VERDE ( Moraes Editores,1.ª Ed.,1986)

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Adeline Virginia Woolf, nascida Adeline Virginia Stephen (KensingtonMiddlesex25 de janeiro de 1882 — LewesSussex28 de março de 1941)
"Foi uma escritoraensaísta e editora britânica, conhecida como uma das mais proeminentes figuras do modernismo.
Woolf foi membro do Grupo de Bloomsbury e desempenhou um papel de significância dentro da sociedade literária londrina durante o período entre guerras. Seus trabalhos mais famosos incluem os romances Mrs. Dalloway (1925), To the Lighthouse (1927), Orlando: A Biography (1928), e o livro-ensaio A Room of One's Own (1929), onde encontra-se a famosa citação :


"Uma mulher deve ter dinheiro e um teto todo seu se ela quiser escrever ficção".

Filippo Venturi Photography | Blog

Portrait and Documentary Photographer

Virginia Woolf

Virginia Woolf
Virginia Woolf
“La vita è molto solida o molto instabile? Sono ossessionata da questa contraddizione. Dura da sempre, durerà sempre, affonda giù fino alle radici del mondo, quest’attimo in cui vivo. Ed è anche transitorio, fuggevole, diafano. Passerò come una nuvola sulle onde. Forse può darsi che, pur cambiando, pur fuggendo uno dietro l’altro così rapidi, abbiamo – noi esseri umani – una qualche successione e continuità, e che la luce ci attraversi. Ma cos’è la luce? Sono così turbata dal carattere transitorio della vita umana che spesso mi succede di dare un addio, dopo aver cenato con Roger, ad esempio; o di calcolare quante volte vedrò ancora Nessa.”

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Reflito eu... um leitor encerrará mesmo a Obra? Penso que não, enriquece-se ao lê-la, ao assimilá-la, ao analisá-la segundo a sua visão pessoal e, avoluma Luz, ao discuti-la com outras visões e interpretações. Logo a Obra não acaba mas é sim o começo de um novo vôo tão enriquecedor e promissor para todos aqueles onde ela chega. Como é maravilhoso este processo e percurso de uma obra pessoal que se liberta e passa a ser do mundo. :)



sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

http://plataforma9.com/financiamento/apoio-a-projetos-de-investigacao-em-lingua-e-cultura-portuguesas-da-fundacao-calouste-gulbenkian.htm
https://www.publico.pt/2017/12/14/culturaipsilon/noticia/um-arquivo-digital-do-livro-do-desassossego-para-ler-e-mexer-1795920